Uma Igreja Dividida - 1Co 1.10-18.


          Certa vez, um pai de idade muito avançada ficou doente. Ele tinha dois filhos: o mais velho era um homem racional, responsável, prestativo. O filho mais novo, no entanto, era um boa vida, gostava de festas, não era muito chegado a compromissos mas quando era necessário estar ao lado de alguém que precisasse de sua companhia, ele estava lá.
O pai daqueles homens, por causa da doença, ficou acamado e agora era necessário que os filhos cuidassem dele. Não seria uma tarefa fácil, mas era a única chance do genitor sobreviver. Então o filho mais velho trouxe o pai para morar dentro da sua própria casa. Preparou um quarto com tudo que era necessário, mudou sua rotina e da sua família para que não faltasse nada para o pai.
Logo as dificuldades acompanharam o momento, como era de se esperar e, por causa do trabalho e das responsabilidades, o velho pai sentia-se sozinho por conta das muitas horas de trabalho do filho.
O mais novo, quando soube disso, resolveu que cuidaria ele do seu pai. Chegou certa manhã na casa do irmão e levou o pai para morar em sua residência. Ali o filho pôde acompanhar o pai praticamente em todos os momentos, pois o filho ficava bastante em casa por não ter trabalho fixo. No entanto, as preocupações também vieram para este filho, pois logo as contas começaram a acumular, ele já não podia mais ir à todas as festas que gostaria.
Então os dois irmãos começaram a brigar.
Quando isso chegou ao conhecimento do velho pai, ele chamou seus dois filhos ao leito onde estava e lhes advertiu:
- Eu sempre criei vocês com o mesmo amor e o mesmo coração! Sempre busquei dar tudo de mim para nada, nunca lhes faltasse. Sacrifiquei minha vida para que vocês pudessem saber o que é amor, perdão, paz. E agora, na minha velhice, em meus últimos momentos, vejo meus filhos brigando entre si. Que dor sinto em meu coração. Onde foi que eu errei? O que eu faço para que vocês parem de brigar e voltem a ser bons irmãos, que vivem em amor e perdão?”
Diante do apelo do pai, os irmãos se arrependeram do que tinham feito. Entenderam que, cada um à seu modo, havia tentado demonstrar amor pelo pai, sem entender antes o esforço do outro.

Ao ouvir esta história, onde você acha que foi demonstrado mais amor? No filho mais velho, no mais novo ou no pai?

A Igreja Dividida
Esta é uma história qualquer que poderia ser vivida. Assim como ela pode ser comum a nós, o fato de que a igreja cristã está dividida, vivendo em discussão e brigas, sem perdão, também nos faz refletir que estamos vivendo como os dois irmãos. Vivemos esta divisão todos os dias e tomamos parte, vergonhosamente dela. Buscamos afirmar nossa palavra e posição de orgulho não nos importando com a dor e tristeza que causamos em nosso pai.

A igreja dividida externamente.
A igreja está dividida externamente nas centenas de milhares de denominações. Cada uma pregando a sua verdade e a sua salvação. Assistimos incólumes aos ditos “pastores, missionários, bispos e outras figuras” fazendo barbaridades em nome de Deus e as multidões que os seguem como ovelhas cegas seguindo um lobo para o abatedouro.
A igreja dividiu-se pois o ser humano se afastou de Jesus Cristo e da sua Palavra. Se estes pastores e seus seguidores conhecessem a Palavra do Cordeiro, saberiam que não se compra a Salvação, não se marca hora para Deus curar um doente, não se demonstra amor a Deus quando se deixa faltar amor dentro de suas casas. E estas igrejas e grandes pregadores famosos se encontram, demonstram por palavras de raiva que são exatamente os dois filhos que brigam pelo amor do pai.

A igreja dividida internamente.
Por outro lado, precisamos olhar para dentro da nossa igreja, onde a divisão também impera. O Diabo semeia a divisão para que os filhos de Deus não consigam unir suas forças para que o Reino do Céu esteja presente já aqui nesta vida para quem precisa.
Quantos grupos temos dentro das nossas congregações? Quantas divisões existem? Quantas ofensas já foram feitas por conta destas brigas? E onde elas nasceram?
Elas nasceram do nosso orgulho, da nossa vaidade. Nasceram do nosso pecado e, enquanto permanecemos brigando entre nós o Diabo se deleita, se alegra, pois ele conseguiu sucesso em semear a discórdia no meio do povo de Deus. Nossas divisões surgiram primeiro em nosso coração, que se deixou levar por aquilo que não é de Deus. Seguimos nossa vontade e desejos pessoais e não nos preocupamos em olhar para a vontade do Pai.
10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. 
É assim que Paulo exorta os cristãos de Corinto: Rogo, não pela minha autoridade, mas pela de nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês não vivam mais em divisão! É como quando o pai da história chama os filhos para junto de si e lhes dá um puxão de orelha! É vergonhoso! É triste! Mas precisa ser feito por causa do amor que Cristo tem pela humanidade. O apóstolo está lembrando aqueles cristãos que eles, apesar de falarem de forma diferente e até mesmo agirem de forma diferente, vivem sob a mesma cruz e a mesma mensagem do Cristo pregado na cruz.
11-13 Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. 12Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. 13Acaso, Cristo está dividido? 

E se Cristo estivesse parado hoje na sua frente lhe dizendo: “Porque você não está vivendo longe de mim? Por acaso você não é meu filho? Por acaso você não acredita nas minhas palavras? Eu estou muito triste em ver você afastado da sua família da fé! Eu estou muito triste em ver a família da fé, a igreja, sendo minada pelo Diabo por tantas disputas, discussões, que não levam a lugar algum! Eu choro de tristeza por ver meus filhos vivendo em tristeza e solidão enquanto poderiam estar unidos comigo.”

Acaso Cristo Está dividido?
Mas é claro que não! Cristo continua sendo o mesmo, ontem hoje e sempre. O seu amor continua estendido sobre você, para que você possa estar unido de verdade com ele, já aqui e para toda a eternidade. Ele nunca deixou de amar você e quer ser sempre o seu Salvador, pois para isso ele abriu mão da sua glória e tornou-se carne, nasceu e morreu como nós.
A igreja cristã precisa se lembrar que o melhor ainda está por vir! Ele precisa parar de celebrar o aqui e agora. Ele necessita reencontrar sua essência e sua força.
18Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. 19Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos
A força da igreja está na Palavra. Está no amor de Cristo. Na sua obra redentora. Enquanto nos não deixarmos de brigar pelas coisas mundanas e apontarmos nosso coração na direção da cruz nós nunca seremos fiéis como o Senhor espera de nós.

A Igreja Verdadeira, igreja com “I” maiúsculo, é uma, Sancta, indivisível, indestrutível. Nem as portas do inferno prevalecem sobre ela, pois ela é o próprio Cristo. Com ela e dentro dela, somos um só, no amor do Senhor. Busquemos, pelo auxílio do Espírito Santo, viver esta união celestial para todo sempre.

Pastor Egon Griesang

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NÃO ME VENHA COM CHORUMELAS!

ESTOU CANSADO DESTA VIDA

O Amor de Deus por nós! (Dia das Mães) Sl 98 At 10.34-48 1Jo 5.1-8 Jo 15.9-17