Sl 126; Is 43. 16-21; Fp 3. 8-14; Lc 20. 9-20.

Perder ou ganhar a pedra principal?

Era uma vez uma igreja muito antiga. Pessoas viajavam de todos os cantos do mundo para visita-la. Suas colunas erguiam-se vistosas e completamente adornadas por pedras e ouro. Do vitral sobre o altar vinha uma luz que irradiava sobre todo o interior do templo. Era realmente uma igreja muito bela.
Ela não possuía forro, de modo que as pessoas podiam ver as estruturas que seguravam o telhado. Podia-se ver do chão a enorme pedra colocada como viga central do teto. Diziam impressionados: “Como foi que a colocaram?” “Certamente ela nunca vai sair de lá”.
Com o passar dos séculos, no entanto, aquela pedra foi enfraquecendo-se e perdendo a sua força, afinal sustentava um grande peso. Os responsáveis pela igreja sabiam disso, mas acreditavam que ainda levaria muito tempo para ela se desgastar. Até que certo dia, aquela pedra se partiu, fazendo desmoronar toda a estrutura da igreja sobre a cabeça das pessoas que ali estavam. Um final trágico para uma igreja tão bela.

Estimados irmãos e irmãs, o ser humano está sempre buscando ganhar e não perder. Em todas as coisas procuramos ganhar e ninguém deseja perder. Assim é com o nosso tempo, com a saúde, com os negócios, com os estudos, e até mesmo com o lazer. Nem precisamos falar dos esportes...
Ganhar ou perder, qual seria a nossa escolha óbvia? Desejamos ganhar. E para o nós, seres humanos pecadores, na maioria das vezes não importa como vamos ganhar desde que ganhemos. Por isso acabamos ferindo pessoas, machucando, deixando ao relento aquele que precisa de abrigo e com fome aquele que está faminto.
Jesus também deseja que sejamos vencedores, mas não da forma como nosso coração deseja, e sim, de uma forma muito melhor.

1 – Ganhar a paciência e misericórdia de Deus.
Quando Jesus foi perguntado em Lc 20.2: — Diga para nós: com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu essa autoridade?
Ele responde contando a parábola dos trabalhadores maus. Os trabalhadores podem ser vistos como os escribas e sacerdotes que haviam feito a pergunta. E na história ele conta que o patrão (que é o próprio Deus) arrendou uma vinha. Isso era algo normal, assim como o é ainda ho
je. Os trabalhadores deveriam pagar com uma porcentagem da colheita ou com um valor pré-definido, mas isso era acertado em um contrato, um acordo.
No entanto, quando chegou o tempo de receber o que era seu por direito, o patrão começa a ver seus mensageiros sendo humilhados, de formas cada vez piores: primeiro espancamento e não pagamento, depois bateram e o trataram de modo vergonhoso, então o terceiro, que além disso, foi expulso pelos trabalhadores.
Ora, se fossem vocês os donos da vinha, o que fariam? Certamente reagiriam logo depois de enviar o primeiro empregado. Não aceitaríamos de forma alguma sermos roubados desta forma, mas exigiríamos nossos direitos.
O patrão, no entanto, é paciente. Ele envia outros empregados. O evangelho de Marcos acrescenta que muitos outros foram enviados pelo patrão e todos foram tratados de formas cada vez piores.

Deus certamente é muito paciente conosco. Se não fosse, certamente já teríamos sido destruídos. Ficamos revoltados diante de tantas notícias de roubos e fraudes, mentiras e desvios. Mas quando se  trata de Deus, nós lhe roubamos muito mais! Somos seu povo, seus filhos... e mesmo assim agimos como se fôssemos senhores de nossas vidas, senhores deste mundo. Agimos como os trabalhadores maus quando não ouvimos os profetas de Deus, proclamando a sua Palavra para a nossa redenção e acabamos seguindo por caminhos que não nos levam a nada.
E assim, ao invés de ganhar, perdemos tudo.

2 – A loucura do ser humano.
Se pensarmos na lógica dos trabalhadores, ficamos abismados em como ele puderam agir de tal forma!
Primeiro: é lógico que se não pagassem o que havia sido acordado, haveria consequências sérias. Cobranças e julgamentos. Segundo: Depois do primeiro empregado, as ações dos trabalhadores foram sempre piorando, como se pensassem não haver quem os impedisse. Terceiro: O cúmulo da loucura é matar o filho imaginando que assim herdariam a terra! Como seria possível alguém chegar à uma conclusão dessa?
O povo de Deus seguiu por esta mesma trilha desde o início da aliança. Matando os profetas, humilhando-os, não ouvindo o que Deus dizia. Seguiram como se fossem eles os donos de seus destinos, guiados por escribas e sacerdotes que anunciavam suas próprias vontades. Assim prestavam cultos a falsos deuses e deixavam de lado o Deus verdadeiro. E quando este Deus verdadeiro enviou o seu filho, o povo o matou, crendo que assim seriam donos por inteiro dos seus caminhos.
E assim, mais uma vez, podemos dizer que quando o ser humano pensou ganhar tudo, na verdade ele perdeu tudo.

3 – Ganhar a pedra angular!
Quando Jesus termina a parábola, ele diz que vai chegar o momento em que o patrão virá e exterminará os trabalhadores maus e dará a vinha a outros. A vinha é o mundo inteiro, onde o Senhor ainda anuncia a sua Palavra por meio de seus filhos. Assim ele transforma vidas fazendo com que seu povo conheça a Cristo, sua obra, seu amor, seu sacrifício. E por meio deste sacrifício somos chamados pelo evangelho a crermos que a verdadeira vitória que podemos ter é alcançada pelo senhor Jesus. Ele vence o mundo e nos convida a partilhar esta vitória. Assim ele nos faz vencedores.
E assim, quando todo o mundo, o pecado e o Diabo nos acusam de “perdedores” dizendo que perdemos tudo, ganhamos tudo.
Fp 3.8: E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo e estar unido com ele. 
A verdadeira vitória é ganhar a Cristo, assim como o apóstolo Paulo nos ensina. Comparando a sua vida com uma corrida ele afirma:  Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus.

Era uma vez, uma bela e antiga igreja, que tinha uma pedra enorme de sustentação no telhado. Com o passar dos anos, aquela pedra foi desgastando-se e, os responsáveis pela igreja, percebendo isso, restauraram-na e a fortaleceram para que permanecesse de pé com toda a sua beleza, com todo seu esplendor.
Que nossa vida seja construída sob e sobre esta pedra, que é Cristo Jesus.



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