Sl 32; Is 12.1-6; 2 Co 5.16-21; Lc 15.1-3,11-32.
Voltar à
casa do Pai
(Antes de iniciar a mensagem, retira-se a veste litúrgica, anéis ou
alianças e os sapatos.)
Estimados irmãos e
irmãs em Cristo,
A parábola do filho pródigo é atualíssima. Ela retrata a história de um
jovem que busca aproveitar o que a “vida tem de melhor”; um jovem que se afasta
do pai e segue os seus desejos pessoais sem ouvir as palavras amorosas do pai.
Talvez você já tenha vivido uma situação semelhante. Talvez você mesmo
já tenha protagonizado algo parecido.
Parece tão normal os jovens afirmarem que “seus pais não sabem de nada”,
que “os pais são quadrados, antiquados” e assim por diante.
E é por isso que a parábola do filho pródigo é uma história que
continua acontecendo ainda hoje. No entanto, a história em si, não é o foco do
que Jesus está ensinando a seus ouvintes, mas sim o amor do pai pelo filho.
Aqui está o que de mais grandioso e maravilhoso nós temos nesta parábola.
Quando os filhos reclamam dos pais, abandonam os pais, o que
normalmente acontece? Infelizmente temos conhecimento de muitas situações em
que os pais também abandonam os filhos. Situações onde os pais abandonam os
filhos primeiro, como se estivessem jogando-os fora. Mas o que normalmente
acontece quando os pais criam seus filhos e os filhos buscam seguir por
caminhos diferentes é que em algum momento eles retornam para o lar.
O jovem que desperdiçou a sua herança, em certo momento, sentiu fome. E
neste momento ele se lembrou da casa do pai. Sua preocupação não era somente o
alimento, mas tudo que o lar envolvia. Era o abraço, era a palavra de ensino e
amor, era o cuidado...
Você já sentiu saudade da casa do seu pai? Você já parou para lembrar
as coisas que você fazia e das coisas que sua família viveu? Por mais difícil
que tenha sido a vida sempre há um momento em que lembramos da casa do pai com
saudade. Por isso, esta parábola sempre será atual.
1 – Seremos recebidos de volta?
Nossa pergunta, ao caminhar de volta para a casa do pai, como o jovem
gastador fez: “Será que ele vai me aceitar de volta? Será que serei recebido?
Por isso ele ensaia um texto, onde explica que sim, ele perdeu tudo.
Sim ele pecou contra o pai e a honra do pai. E sim, ele reconhece que não
merece mais fazer parte da família. Ele pede para ser chamado de escravo,
servo, trabalhador.
Seremos recebidos de volta? Depende para qual casa estamos seguindo. O
jovem rumou para casa do pai, mas muitas
vezes as escolhas que as pessoas fazem levam elas por caminhos
ainda piores do
que aqueles nos quais elas já estão. Piores do que comer a comida dos porcos!
São pessoas que estão perdidas nos seus próprios pecados. Traição, mentira,
vício, fofoca, ganância, orgulho, vaidades... E quando sentem que chegou o
momento de voltar ao pai, tornam a sua cerviz dura e seguem em frente no
pecado.
Mas o mundo não recebe de volta os seus assim como o pai. O Diabo não
te espera na porta da sua casa com os braços abertos. Quando se chega na porta
da casa do Diabo, há um fosso onde a pessoa cai e não pode mais sair. É assim
que você deseja ser recebido?
2 – Deus sempre nos recebe na sua Casa.
Deus sabe que nós pecamos e estamos longe do seu amor. Ele sabe que por
nossas forças não podemos chegar a Ele. Este é o pai que fica dia após dia
olhando para a curva na estrada, esperando o seu filho retornar. É o pai que
não se importa com suas roupas quando corre, mesmo que elas revelem suas
partes. É o pai que não se importa com o cheiro do filho, ou com a sujeira, ou
com a aparência, mas o abraça com força e o beija insistentemente, com ternura
e amor.
Deus nos chama de volta para si através do Evangelho, todos os dias,
todas as vezes em que nos afastamos da sua presença. Todas as vezes que agimos
como o filho pródigo, ele permanece ao nosso lado de braços abertos, esperando
o momento em que vamos sentir saudades da casa do Pai, em que vamos nos
arrepender de termos saído. Em que vamos levantar os olhos e admirar a beleza
da cruz - para nós ela é bela – porque ali nós sabemos que temos um Pai de
braços abertos ao filho arrependido.
3 – A Reação de Deus ao ver o filho retornar.
O pai da parábola vê o filho chegando e corre até ele, o abraça e beija
com ternura. O filho então começa o seu texto ensaiado... “Pai, pequei contra
ti e não mereço ser chamado de filho...” Mas ele não termina. O pai logo manda
ordens aos seus empregados para que demonstrem ao seus filho que ele ainda o
ama.
A Roupa: (colocar a veste liturgica)o pai manda trazerem as melhores roupas, principescas. Um
traje muito fino , que se estende até os pés, usada por pessoas de importân
cia
em ocasiões muito especiais. O pai o estava recebendo de volta com muita
alegria.
Deus nos cobre com uma roupa muito melhor quando voltamos para Ele. Ele
derrama Cristo sobre nós, escondendo todos os nossos trapos de imundície, toda
a nossa sujeira e indignidade. Quando somos transformados pelo seu amor,
recebemos uma nova vida, em Cristo e com Cristo.
O Anel: (colocar o anel) Coloquem um anel em seu dedo... o anel dado pelo pai ao filho
era um sinal de favor, de afeto especial deste pai. Mostra para o filho que
apesar do que ele disse, do que ele pediu, o pai o recebe de volta sem
considerar o passado.
Nosso Pai celeste nos recebe de volta em seu lar justificados, sem
pecado algum. Perdoados de tudo o que fizemos contra Ele. Nenhum outro pai é
capaz de fazer isto. Nenhum pai é como Deus que nos enche de anéis nos dedos,
demonstrando todo o seu amor e sacrifício.
As sandálias: (colocar o calçado) O filho tenta dizer: “me aceite como um
empregado/servo/trabalhador/escravo”... mas o pai não o deixa terminar a frase.
Ele ordena que lhe tragam calçados. É uma resposta clara e direta ao filho.
Quem eram as pessoas que comumente não usavam calçados? Os
servos/escravos/trabalhadores... O pai não aceita que seu filho seja um
escravo, mas Ele o quer de volta como FILHO.
A parábola do filho pródigo conta muito mais a história de amor do Pai
que ama o Filho do que a história do filho gastador. Este é o nosso Pai. Este é
Deus que nos veste com a roupa de Cristo, que nos enche de honra e amor e nos
chama de Filhos.
Que nossa vida seja um constante retornar à casa do Pai.
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